Nos últimos anos, o trabalho deixou de ser um lugar e passou a ser uma experiência. As casas ganharam novas funções e, de repente, o home office deixou de ser um improviso temporário para se tornar parte do projeto de vida de muita gente.
No Curo, temos acompanhado de perto essa mudança e percebemos que o verdadeiro desafio não está apenas em criar um espaço bonito, mas sim em desenhar ambientes que realmente respondam às necessidades e ao ritmo de quem vive (e trabalha) ali.
O crescimento do trabalho remoto e o impacto no design
Segundo estudos recentes, mais de metade dos profissionais que podem trabalhar à distância querem continuar a fazê-lo de forma híbrida ou totalmente remota. Este novo comportamento alterou a forma como pensamos o espaço doméstico.
A casa já não é apenas refúgio para depois das 18h, é também o local onde criamos, produzimos, lideramos equipas e, por vezes, reinventamos carreiras. Essa transição trouxe um novo olhar sobre o design de interiores e arquitetura: um olhar mais humano, mais adaptável e mais funcional.
Projetar um home office hoje é projetar qualidade de vida.
Trata-se de desenhar um espaço que equilibra foco e conforto, tecnologia e bem-estar, estética e ergonomia.

Cada casa, um ritmo. Cada pessoa, uma necessidade.
Não existe uma fórmula única.
Há quem precise de uma secretária bem estruturada com vários monitores, e há quem prefira uma mesa perto da janela, com boa luz natural e vista para o jardim. Há também quem transforme uma pequena divisão num atelier de arte ou de artesanato, onde a criatividade ganha forma entre tintas, tecidos ou ferramentas.
O papel do arquiteto é interpretar esses estilos de vida e transformá-los em espaços que façam sentido.
Mais do que seguir tendências, o segredo está em escutar. O projeto certo é aquele que traduz a rotina, o gosto e até o temperamento de quem o habita.
Dicas práticas para criar um home office funcional e bonito
- Define o teu propósito de trabalho.
Antes de escolheres mobiliário ou cores, pensa no tipo de atividade que vais desempenhar. Um fotógrafo, um programador e um ceramista têm necessidades muito diferentes. - Aposta na luz natural.
Sempre que possível, posiciona a secretária perto de uma janela. A iluminação natural melhora a concentração e reduz a fadiga visual, além de ser um elemento essencial para o bem-estar. - Cores que inspiram.
Tons neutros e claros ajudam a manter o foco, mas pequenos apontamentos de cor num quadro, numa cadeira diferente ou uma parede em destaque, podem trazer energia e personalidade ao espaço. - Ergonomia é investimento, não luxo.
Uma cadeira adequada e uma mesa à altura certa fazem toda a diferença na saúde a longo prazo. Vale a pena investir em mobiliário de qualidade, desenhado para durar. - Integra o home office na casa.
Um bom projeto não cria divisões rígidas, mas transições suaves. O espaço de trabalho pode coexistir com a sala ou o quarto, desde que haja coerência estética e soluções discretas de arrumação. - Organiza para respirar.
A desordem visual cansa. Gavetas, nichos e prateleiras bem pensadas ajudam a manter a mente leve e o ambiente funcional.

Quando o trabalho é criativo
Para quem trabalha com arte, costura, cerâmica ou outro tipo de produção manual, o home office pode ser mais um atelier pessoal.
Nesses casos, o projeto deve priorizar áreas de circulação, superfícies de apoio amplas e materiais fáceis de limpar.
A iluminação (natural e artificial) ganha ainda mais importância, e o espaço deve permitir liberdade de movimento, sem comprometer o conforto de estar em casa.
Criar um atelier doméstico é, em muitos casos, criar um território de expressão. E é aí que o design se torna emocional: o espaço passa a refletir a identidade do criador.
O novo luxo: viver com propósito
No fim, o home office é apenas uma das muitas respostas que a casa moderna dá às novas formas de viver.
Trabalhar em casa deixou de ser uma exceção e é parte do dia a dia de milhares de pessoas que procuram equilíbrio entre produtividade e qualidade de vida. No contexto português, um artigo da The Portugal News refere que em 2024 aproximadamente 21,8% da população empregada estava a trabalhar remotamente (total ou parcialmente) e que o modelo híbrido está em claro crescimento.
Projetar com propósito é entender isso: é desenhar espaços que se adaptam, crescem e mudam com o tempo.
No Curo, acreditamos que cada projeto deve começar por uma pergunta simples: “como queres viver?”. E a partir daí, construir respostas que combinem beleza, funcionalidade e significado.